O espaço para o debate e, principalmente, para o embate de ideias tem endereço: a Câmara de Vereadores de Santa Maria. Aliás, tinha. Há muito tempo que o Legislativo local virou um lugar "de tudo e de nada" como ouvi de um ex-parlamentar que cumpriu mandato nas décadas de 1990 e de 2000.
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Na época em que fui repórter de Política, cobri sessões plenárias e presenciava enfrentamentos acirrados entre os vereadores. Não raro, com certo grau de virulência e, acima de tudo, com falas que eram quase que uma competição para ver quem tinha mais entendimento e conhecimento sobre o assunto que estava, naquele momento, pautado.
ESVAZIAMENTO
Com o tempo, o debate foi se esvaziando até que as últimas legislaturas viraram um ambiente de dispersão, muito semelhante ao de uma sala de aula. Ou seja, grupos conversando e rindo alto paralelamente enquanto o colega usa a tribuna para falar.
O orador do momento fala, basicamente, para si e para o público da TV Câmara. Até porque os colegas não estão nem aí para o que está sendo tratado. Imersos nos celulares, vereadores despacham pelos aplicativos de mensagens e, sem exagero, mostram desrespeito à liturgia do plenário do Legislativo. O pior é que a atenção e a respeitabilidade apenas mudam por parte de alguns vereadores quando a pauta dá audiência. Ou seja, quando há público para acompanhar as atividades, gritos e falas, muitas vezes, sem sentido algum são bradadas por alguns.
Uma prova que o Legislativo, a exemplo do que é a vida, precisa de tempos em tempos de ares novos. E, neste caso, janela para que essa oxigenação será aberta em 15 de novembro.